Intraempreendedorismo e inovação na organização conservadora
Intraempreendedores são malvistos ou vistos como piratas na organização não orientada a mudanças, ou estagnada, como você preferir chamar.
E de regra são deliberadamente atacados e bloqueados.
“Nada mais difícil de manejar, mais perigoso de conduzir, ou de mais incerto sucesso, do que liderar a introdução de uma nova ordem de coisas, pois o inovador tem contra si todos os que se beneficiavam das antigas condições e apoio apenas tíbio dos que poderão se beneficiar com a nova ordem. ”
Nicolau Maquiavel, 1513
Por Joel Solon Farias Azevedo, inspirado no livro Pirates in The Navy, de Tendayi Viki
Pensemos numa organização que se diz inovadora, mas não tem nem política, nem estratégia e nem estrutura que garanta a inovação. E nem apoio da liderança.
Está estruturada de forma vertical e hierárquica, burocratizada e orientada ao passado e ao presente e quase nada ao futuro.
As relações hierárquicas estão orientadas à manutenção das relações de poder e de processos arcaicos que deram certo no passado, e sequer admitem sugestões de mudança ou melhoria.
Da parte dos subordinados, é arriscado propor mudanças e sofrer retaliações até mesmo de colegas.
E é muito mais cômodo por parte de todos cumprir ordens e concordar com o atual estado de coisas.
A primeira questão é:
– E quando não há espaço nem para propor mudanças e nem acesso a pelo menos um líder sensível à necessidade de inovação e com força capaz de patrocinar a mudança?
Sim, você acertou! A sugestão de Tendayi Viki é desistir, renunciar e ir embora mesmo. Procurar outro lugar onde suas ideias possam ser aplicadas. É fácil explicar por que as startups não tem dificuldades para selecionar as pessoas com o perfil inovador que precisam.
Elas estão por aí, na forma de talentos desperdiçados pelas organizações conservadoras e sem política de inovação.
Para o plano B de não ir embora e continuar insistindo, Tendayi sugere o uso de táticas de guerrilha para navegação em ambientes hostis, protegendo, nutrindo e fortalecendo as ideias até que elas estejam suficientemente fortes para serem bancadas pela liderança.
Claro, com o risco de perder o timing da implementação das ideias e elas já serem inúteis quando do convencimento da direção.
Para quem insiste em ficar, ele sugere um pequeno guia de sobrevivência para navegar no campo minado do corporativismo e da cultura organizacional conservadora que bloqueia a mudança, chamando a atenção para alguns pontos importantes:
Baixo investimento na inovação
Faça o que precisa ser feito, mas não gaste muitos recursos testando suas ideias. Em movimentos clandestinos, o custo de testar ideias deve ser insignificante.
Assim, você precisa dominar as ferramentas das startups enxutas e usá-las de forma eficaz. Você também precisa se mover rapidamente.
Quanto mais tempo você leva para testar, maiores as chances de os líderes descobrirem suas ideias e matá-las.
O objetivo aqui é reunir evidências suficientes o mais rápido possível sobre a viabilidade das ideias para que, quando formos descobertos, possamos ter um argumento convincente para poder continuar sem ser barrados.
Obtenha um espaço separado
Tendayi não gosta do laboratório de inovação que fica fisicamente separado da organização.
No entanto, essa pode ser uma opção ou talvez a única opção para uma equipe que está trabalhando em um ambiente hostil. Então, se possível, arranje um espaço separado. De preferência o mais longe possível da organização. Inclusive em outra cidade.
Obtenha um orçamento separado
Além do espaço separado, talvez você precise de um orçamento separado também.
É muito difícil executar um movimento clandestino de inovação se você tiver que depender de pedir recursos não previstos em orçamento para um gerente intermediário.
Tendayi acha que a melhor opção de garantir recursos é fazer parte de uma equipe de desenvolvimento, quando existir.
Encontre um diplomata/patrocinador
Finalmente, você precisará contar com um diplomata a seu lado.
Você vai precisar da proteção de um aliado fundamental com poder e influência entre os líderes.
Esse diplomata/patrocinador tem que ser bem relacionado e respeitado dentro da organização.
Seu papel é apoiar o seu trabalho e brigar por recursos escassos, ainda mais para a inovação.
Ele deve protegê-lo da burocracia e do corporativismo para ganhar o tempo necessário para a experimentação.
O papel do diplomata/patrocinador de servir como ponte com a organização é ainda mais importante se qualquer uma de suas ideias for bem-sucedida.
Porque o momento mais crítico é defender a viabilidade das ideias na disputa por recursos e priorização para a implementação.
E pra isto precisa ser alguém bem respeitado dentro da organização.
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