Design thinking: um método para resolver problemas e gerar inovação

Saiba como essa ferramenta pode ser aplicada em diferentes contextos para impulsionar a criatividade nos negócios e solucionar problemas de forma eficaz

Inovação tornou-se palavra de ordem na estratégia de negócio das principais organizações do mundo, que, cada vez mais, direcionam esforços para aumentar a capacidade de inovar e gerar soluções criativas. A questão é: como chegar lá? A resposta pode estar no olhar centrado ao usuário como forma de resolver problemas e, nesse sentido, uma ferramenta que tem ajudado muitas organizações nessa missão é o Design Thinking.

Nas próximas linhas, você entenderá mais sobre esse conceito, sua origem, pilares e, claro, as etapas que envolvem a sua implementação. Continue a leitura e confira.

Original no blog da FIA Online

O que é design thinking?

O design thinking é uma abordagem que busca a resolução de problemas complexos por meio do pensamento criativo e da geração de soluções inovadoras. Como diferencial, essa metodologia aposta no olhar e na empatia pelas pessoas envolvidas em um processo. No mundo dos negócios, está intimamente relacionada ao desenvolvimento de produtos, serviços e experiências.

O conceito de pensar o design – ou seja, como algo será criado – começou a ser trabalhado por Herbert A. Simon, no livro “The Science of the Artificial“, de 1969. Mas o design thinking ganhou notoriedade pelas mãos dos designers Tim Brown e David Kelley, que popularizaram o método por meio do trabalho de sua consultoria, a IDEO, demostrando êxito na promoção da inovação e na melhoria da experiência do usuário.

Investir nesse método pode trazer uma série de benefícios para as organizações, especialmente em um cenário de constantes mudanças e competição acirrada. Ao adotá-lo, as organizações conseguem identificar e solucionar problemas de forma mais eficaz, além de desenvolver produtos e serviços que atendam às reais necessidades dos clientes. Além disso, pode gerar diferencial competitivo, uma vez que estimula a criatividade e a inovação – fatores essenciais para se destacar no mercado.

Como aplicar o design thinking nas organizações?

Três fatores são considerados fundamentais para incluir o design thinking na rotina de uma organização. O primeiro é a empatia, uma vez que adotar essa abordagem requer a capacidade de abandonar suposições e colocar-se no lugar do outro, buscando compreender contextos e acolher outras perspectivas. O segundo é a colaboração. A cocriação em equipes multidisciplinares pode ampliar a capacidade de gerar resultados exponenciais. Por fim, a experimentação permite deixar o campo das ideias e avançar para o teste de soluções.

Com esses pilares em mente, é importante compreender as 7 etapas desse processo. São elas:

1. Entendimento: é o momento em que o briefing do projeto é recebido. A partir de então, procura-se entender as necessidades e os desafios dos usuários, e coleta-se todos os dados existentes, a fim de definir o problema a ser solucionado.

2. Observação: nessa fase, marcada pela convergência do olhar e da empatia, é quando há um entendimento mais claro do problema a ser resolvido. Por isso, é importante sair da zona de conforto e experimentar, mantendo o foco sempre nos usuários. Para apoiar o trabalho, é comum utilizar ferramentas, como planejamento de pesquisa, formulário de questões, entre outros.

3. Ponto de vista: essa é uma das etapas mais desafiantes, pois é quando toda a complexidade de dados, informações e insights gerados é organizada. Para isso, é preciso redefinir o ponto de vista, a partir do entendimento e pesquisa em grupo.

4. Ideação: com base nos insights, novas ideias são criadas, debatidas e aprimoradas. O intuito dessa fase é gerar o maior número possível de propostas para solucionar o problema identificado. O brainstorming é uma ferramenta bastante utilizada aqui.

5. Prototipagem: é quando as ideias saem do papel. Esse momento envolve a criação de modelos ou representações das soluções propostas, como protótipos de papel e interface, maquetes ou encenação.

6. Testes: consiste em avaliar na prática se a solução a ser construída é viável. Assim, o protótipo deve ser apresentado a usuários para validação, bem como para coleta de feedbacks e sugestões. Entre as possibilidades também está a realização de teste A/B.

7. Iteração: essa etapa pode ser definida como um ciclo de aprendizado contínuo e aperfeiçoamento das soluções. A partir dos feedbacks e resultados obtidos nos testes, muitas vezes, a equipe identifica um erro no entendimento ou mesmo uma possibilidade de melhoria. Com base nesse aprendizado, volta-se atrás e inicia-se uma nova iteração para aprimorar a solução.

Como organizações usam a metodologia para inovar?

Diversas organizações têm obtido sucesso ao adotar o design thinking em seus processos de inovação. Um dos principais exemplos é a gigante de tecnologia Apple, que utiliza essa abordagem para desenvolver produtos digitais que revolucionaram mercados, como o da computação, da música e da telefonia. Há décadas, a companhia aplica os princípios do design thinking para construir soluções centradas no usuário, fáceis de usar e com estética atraente, além de criar novos recursos e melhorias em produtos existentes.

Outra organização que se destaca nesse sentido é a Airbnb, que aplicou os princípios do design thinking para criar uma plataforma inovadora e disruptiva no setor de hospedagem. Sólidas pesquisas levaram à construção do site e aplicativo que conectam viajantes a pessoas ou empresas proprietárias de imóveis disponíveis para alugar, possibilitando a reserva de acomodações para curtas temporadas de forma simplificada.

Inovar está ao seu alcance

Como vimos, o design thinking é uma poderosa ferramenta para resolver problemas e gerar inovação em diferentes contextos. Ao adotar essa abordagem, as organizações podem aprimorar seus processos, desenvolver produtos e serviços mais alinhados com as necessidades do mercado e fortalecer sua posição competitiva. Além disso, esse pode ser um método fundamental para transformar a cultura organizacional de organizações tradicionais, estimulando a criatividade e a colaboração entre equipes.

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