Pensamento sistêmico: qual a importância e como desenvolver?

Existem várias estratégias e conceitos para melhorar a gestão de um negócio. Em sua maioria, são táticas de gerenciamento que visam mostrar para o gestor que é possível realizar determinada ação de uma forma melhor e com menos tempo.

Nesse contexto, o pensamento sistêmico vai um pouco mais além: ele não só é uma forma de fazer algo, ele é uma maneira de entender como as coisas funcionam, de enxergar a fundo. Diríamos até que ele é um ponto de partida para resolver problemas e transformar as ideias em realidade.

Sendo assim, neste texto, vamos explicar os principais fundamentos do pensamento sistemático. Confira!

O que é o pensamento sistemático?

Há diversas descrições sobre o pensamento sistemático, porém, todas refletem o mesmo princípio: a ideia de que tudo está interligado. Basicamente, no modelo sistemático, tudo é um grande sistema partilhado em menores partes que se interligam para formar o todo. Esse tipo de conceito começou a ser estudado no século XX, já 1920 existiam pesquisas a respeito desse assunto, não com o mesmo nome, mas com princípios semelhantes.

Chamado de pensamento holístico, foi um conceito criado pelo político e líder militar, Jan Smuts. Aqui, Smuts explicava que as coisas não podiam ser só vistas por um ponto de vista singular, era fundamental analisá-las como parte de algo maior.

Mais à frente, 30 anos depois, na década 1950, o MIT (Massachusetts Institute of Technology), realizava estudos a fim de comprovar essa ideia. As pesquisas avançaram tanto que até foram a base para um livro. A Quinta Disciplina, obra escrita pelo engenheiro Peter Senge.

Além disso, outro livro que aproveitou para se inspirar no pensamento sistêmico, foi o The Limits to Growth, criada pela organização não governamental, Clube Roma. Na obra, os autores fizeram uma comparação com o pensamento sistêmico e os efeitos nocivos do crescimento populacional no planeta.

Por que ele é um dos fundamentos do MEG?

O MEG (Modelo de Excelência da Gestão®), da FNQ, é fundamental para a gerência de empresas no Brasil. Um guia com 8 princípios básicos que define como a gestão pode realizar sua função da melhor maneira possível.

A sua última edição – a 21º, em vigor – traz duas mudanças importantes. Primeiro, um novo diagrama que se baseia no quebra-cabeça chinês de setes peças, Tangram. Além disso, houve também a substituição dos Critérios de Excelência pelos Fundamentos da Gestão para Excelência.

Entre os fundamentos apresentados nessa edição, o pensamento sistêmico se encontra na primeira posição. Indicando a importância desse conceito para realizar uma gestão eficiente. Para o MEG, o entendimento é que ele, junto dos outros 7 fundamentos, auxiliam na capacidade de autoavaliação dos conflitos e também a produzir diagnósticos certeiros sobre o negócio. Enxergando, inclusive, até o mínimo processo como relevante para mais alta atividade da empresa.

Além do pensamento sistêmico, os outros 7 fundamentos da gestão são: aprendizado organizacional e inovação, liderança transformadora, compromisso com as partes interessadas, adaptabilidade, desenvolvimento sustentável, orientação por processos e geração de valor.

Qual é a importância de desenvolver um pensamento sistêmico?

Proporcionar a consciência de que uma pequena ação influencia um resultado maior é um dos principais motivos que fazem o pensamento sistêmico fundamental para a gestão. Ele deixa claro como são formados grandes sistemas e como é muito importante olhar mais profundamente para as pequenas partes. Mostrando que todos os problemas estão interligados e relacionados.

Por exemplo, imagine que um empreendimento percebeu que a produtividade de seus colaboradores caiu em 50%. Como o pensamento sistêmico pode ajudar em uma situação dessas?

Vejamos, supomos que a gestão do departamento de operação resolve por conta própria realizar pesquisas de satisfação. Eles descobrem que muitos funcionários gostariam de ter oportunidade de crescer na empresa. O problema é que a companhia nunca pensou em criar programas para isso.

A gerência, então, começa a desenvolver planos de carreira e apresenta para a direção. O alto escalão concorda em fazer um teste com esse setor e, a partir daí, o desempenho dos funcionários do time de operação começa a melhorar. A administração resolve aplicar essa política em toda a empresa. Voltando a ter altos índices de produtividade.

Essa é só uma hipótese sobre como utilizar o princípio básico do pensamento sistêmico pode ajudar a obter resultados mais duráveis. Nesse exemplo, implementar uma solução que se referia a uma parte menor resolveu o problema de todo o quadro.

Como promover um pensamento sistêmico na organização?

Apesar de parecer um conceito bastante simples de se colocar em prática, ainda há algumas atitudes que dificultam sua implementação com sucesso. Alguns valores são bastante nocivos para enxergar a potencialidade do pensamento sistêmico. Por exemplo, ter uma cultura extremamente individual, querer sempre resultados imediatos, praticar uma liderança egoísta, não estar aberto a mudanças, entre outras.

Por isso, se a empresa pretende executar esse conceito, ela precisa ter consciência de que será necessária uma transformação na maneira como ela enxerga as suas operações. Sendo assim, algumas formas de promover o pensamento sistêmico são:

  • não ver um problema como apenas algo isolado. Procurar sempre olhar para a questão na totalidade, além de analisar quais outros casos estão relacionados;
  • desenvolver e avaliar as ações do empreendimento, sempre estudando a causa e o efeito. Fazer isso de uma maneira cíclica;
  • pensar nos resultados a longo prazo e não apenas nos imediatos. Procurando resolver os problemas de maneira que a solução seja sustentável;
  • ter a noção que olhar para o todo é mais importante do que focar apenas em uma parte.

Ao longo deste texto, vimos algumas das principais informações sobre o pensamento sistêmico. Descobrimos que ele é um conceito que procura mostrar que todo pequeno efeito está relacionado com algo muito maior. Por isso, se faz necessário não olhar as questões apenas por um ponto de vista direcionado, mas de uma maneira mais ampla.

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