O que é empreendedorismo? Quais os tipos e quem pode empreender?
Entenda o que é empreendedorismo, quando esse termo apareceu, quais são os tipos e o que significa ser empreendedor.
O Brasil é um país de empreendedores. Segundo uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), cerca de 52 milhões de brasileiros entre 18 e 64 anos estavam envolvidos com alguma atividade empreendedora em 2018. Mas, afinal, o que é empreendedorismo?
Além disso, quem pode ser considerado um empreendedor? Quais são os tipos de empreendedorismo? Abaixo, respondemos essas e outras perguntas.
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Qual é o conceito de empreendedorismo?
Apesar de ser um termo bastante utilizado no mundo dos negócios, empreendedorismo nada mais é que o ato de empreender – por em execução, fazer, realizar.
Pode ser começar uma empresa, um projeto no trabalho, uma ação no bairro: o importante é ter uma ideia e trabalhar para fazer acontecer.
Quando surgiu o conceito de empreendedorismo?
Quem vê empreendedorismo tomando os palcos, as faculdades e os livros pode nem imaginar que esse termo existe há centenas de anos.
No século 17, os economistas franceses Jean Baptiste Say e Richard Cantillon foram pioneiros ao escrever sobre o assunto. Na época, eles afirmaram que empreendedor era aquele que reunia capacidade de produção, gestão e de assumir risco.
Já em 1942, no livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, o economista austríaco Joseph Schumpeter associou empreendedorismo ao desenvolvimento econômico. Para ele, o empreendedor era responsável pelo processo de destruição criativa: destruir o velho para se criar novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados.
É por esse motivo que, até hoje, empreendedorismo está muito ligado à inovação e à descoberta de novas oportunidades.
O que é ser empreendedor?
Não tem como explicar o que é empreendedorismo sem falar da pessoa que empreende. Para alguns, pode até parecer uma posição de glamour, cheia de pompa e de reconhecimento fácil, mas a realidade é quase sempre bem diferente.
De acordo com a pesquisa Desafios dos Empreendedores Brasileiros, ser empreendedor – ou empreendedora – é ter um objetivo e trabalhar para alcançá-lo, mas encontrar diversos desafios no caminho.
Os mais comuns estão relacionados com gestão de pessoas, gestão financeira, questões jurídicas, inovação, marketing e vendas.
Quais as características de um empreendedor?
Além disso, empreendedores compartilham algumas características em comum. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), as principais são:
- Iniciativa;
- Perseverança;
- Coragem para correr riscos (na medida certa);
- Capacidade de planejamento;
- Eficiência e qualidade;
- Liderança;
- Boa rede de contatos.
Mas não existem regras. O importante é saber o que funciona melhor para cada negócio e ter jogo de cintura para lidar com as adversidades.
Quais são os tipos de empreendedorismo?
Assim como existem diversos tipos de empreendedores, também existem vários tipos de empreendedorismo. Ao longo dos anos, empreender deixou de ser algo estritamente ligado à criação de uma empresa e ganhou novas formas.
1. Empreendedorismo
Quando alguém usa a palavra empreendedorismo sozinha, sem complementos, geralmente está se referindo ao ato de criar o próprio negócio de produtos ou serviços – independentemente do porte. Pode ser um MEI que faz bolos sob encomenda, uma pequena loja de roupas ou uma startup.
Neste caso, existe o empreendedorismo por oportunidade e o por necessidade. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor, o empreendedor por oportunidade é aquele que identifica um terreno inexplorado e cria uma empresa para preencher este espaço.
Já o empreendedor por necessidade é aquele que cria um negócio porque não encontra outra forma de ganhar dinheiro. No Brasil, o GEM estima que mais de 9 milhões de pessoas estão nesse grupo.
2. Empreendedorismo social
Criar um negócio que resolve um problema social ou ambiental e ainda dá lucro: isso é empreendedorismo social. De acordo com o Sebrae, já são mais de 800 empresas do tipo em todo o Brasil.
Elas se diferenciam das Organizações Não Governamentais (ONGs) porque estas, apesar de trabalharem para resolver alguma necessidade social ou ambiental, não têm como objetivo gerar lucro.
Os negócios sociais (ou de impacto social), como são chamados, têm crescido cada vez mais nos últimos anos. Segundo um levantamento da Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs), estas empresas têm movimentado cerca de US$60 bilhões no mundo e registrado um aumento aproximado de 7% ao ano.
3. Empreendedorismo corporativo (ou intraempreendedorismo)
Se engana quem pensa que para ser empreendedor é preciso ter um negócio próprio. Nas últimas décadas, tem ganhado força o conceito de empreendedorismo corporativo (ou intraempreendedorismo).
“Mas o que é empreendedorismo corporativo?”, você pode estar se perguntando. Nada mais é que ter uma postura empreendedora dentro de uma empresa que não é sua: estar sempre atento a novas oportunidades de negócios e de melhorias de processos, agir proativamente, identificar problemas e propor soluções, cuidar do todo.
Ou seja, o empreendedor corporativo é aquele que age como dono do negócio sem o ser de fato.
4. Empreendedorismo digital
Com a popularização da internet, surgiu espaço para negócios que operam majoritariamente no ambiente virtual – um mercado que só cresce no mundo inteiro.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas online, um dos campos do empreendedorismo digital, devem atingir um volume de R$79,9 bilhões em 2019 no Brasil.
Além do comércio eletrônico, outros exemplos de empreendimentos digitais são empresas de marketing digital e de infoprodutos – que oferecem conteúdos pagos na internet, como aulas e livros.
5. Empreendedorismo em série
Talvez você já tenha ouvido a expressão “empreendedor serial” em algum lugar. Talvez não. Mas saiba que esse termo se refere àquelas pessoas que empreenderam não uma vez, mas duas, três, quatro ou quantas vezes mais. É o chamado empreendedorismo em série.
Geralmente, esse tipo de empreendedor tem a habilidade de identificar boas oportunidades de novos negócios, estruturar as empresas e ser bem sucedido nos empreendimentos.
É comum, também, que essa pessoa não esteja no dia a dia de todos os negócios – afinal, são muitos para cuidar. Ela é responsável por iniciar o projeto e garantir sua sustentabilidade, mas a administração da empresa pode ficar por conta de outra pessoa.
Quem pode empreender?
Não existe uma resposta certa para essa pergunta. A verdade é que, apesar de significar mais liberdade para trabalhar como quiser, empreender é um caminho repleto de desafios não óbvios para quem vê de fora.
Afinal, toda a responsabilidade sobre o negócio é do empreendedor. Se os resultados são bons, ele é responsável por garantir que permaneçam assim. Se os resultados são negativos, é o empreendedor quem precisa trabalhar para reverter essa situação – até porque seu sustento depende disso.
Também é importante lembrar que, para quem empreende, esse caminho pode ser bem solitário. Por isso, vale entender seu perfil profissional antes de começar um negócio.
Para quem gosta de ter outras pessoas para dividir os ônus e os bônus da empresa, por exemplo, uma boa opção é procurar por sócios cujas habilidades sejam complementares.
De toda forma, empreender é um passo bem sério. Investir um tempo para entender se essa é a decisão certa pode te livrar de futuras dores de cabeça.
Como começar a empreender?
Para quem entendeu que empreender é a decisão certa, é importante responder algumas perguntas inicias:
- Por que você quer empreender?
- Qual sua ideia de negócio?
- Como você vai ganhar dinheiro?
- As perspectivas de ganhos financeiros correspondem às suas necessidades? Se não, é possível fazer ajustes no orçamento pessoal ou familiar?
- Como está o mercado em que você pretende atuar? Os resultados são bons ou ruins? Tem muitos ou poucos concorrentes?
- Você tem recursos financeiros que podem ajudar ou precisará começar do zero?
- Qual seu objetivo com a empresa? Onde deseja chegar daqui um ano?
- Você pode correr riscos ou precisa de um retorno financeiro rápido?
- Você tem tudo o que precisa para começar? Se não, o que ainda falta?
Refletir sobre essas questões facilitará o planejamento do seu negócio e, consequentemente, ajudará a tirá-lo do papel de modo mais assertivo.
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