6 princípios fundamentais da aprendizagem de adultos

Adultos não aprendem como crianças. Adultos precisam ressignificar. Precisam desaprender para aprender novamente.
Precisam concordar em desaprender, quebrando resistências internas e modelos mentais conservadores incrustados.

Está comprovado que o processo de educar e aprender não pode ser baseado na transmissão do conhecimento. Não funciona. Não dá resultado.
Precisamos enfrentar o modelo tradicional de replicação de conhecimento com metodologias ativas de ensino e aprendizagem, específicas para adultos.

Tais metodologias se utilizam da pedagogia da problematização e especialmente da andragogia – a arte ou a ciência de orientar adultos a aprender – que se contrapõe à pedagogia, que se refere à educação de crianças.

por Joel Solon Farias Azevedo
Diretor da ProValore

A problematização ocorre a partir do estímulo à identificação dos problemas da realidade dos aprendizes, tornando-os capazes de intervir na sua realidade para promover as mudanças necessárias que lhe interessam e fazem sentido. Aquela pergunta natural: – O que eu ganho com isto?

Desta forma, por meio de uma prática conscientizadora e crítica, o adulto assume a responsabilidade como único agente responsável pela sua aprendizagem, comprometendo-se com ela e vendo a educação como necessária à mudança da sua realidade.

Para exemplificar citamos os seis princípios da aprendizagem de adultos que Knowles definiu no livro The Adult Learner, aqui listados com a redação adaptada de Wagner Cassimiro, no blog espresso3.com.br:

1.    A necessidade do aprendiz de saber

Adultos não se abrem ao novo enquanto não souberem as razões da capacitação, em outras palavras, por que eu preciso aprender isso? Tampouco, se ele não souber o que vai ser abordado e de qual forma. O “o quê” e o “como”?

Neste princípio, tiramos a lição de que devemos parar de sequestrar, abduzir e forçar a presença cega dos participantes nas ações de capacitação. Não funciona. O envio de informações básicas sobre a ação educacional, bem como as justificativas do porquê a pessoa precisa participar podem contribuir para a redução do absenteísmo e do presenteísmo nas capacitações.

2.    Autoconceito do aprendiz

Adultos tendem a ser mais autônomos e autodirigidos na busca do conhecimento. Tendem, porque pessoas maduras conseguem enxergar suas lacunas e buscar o que precisam para supri-las de forma independente. Entretanto, o adulto aqui não é o da definição biológica, ou jurídica, mas sim da definição psicológica. Afinal, tem muito marmanjo com bastante idade nas costas e ainda totalmente dependente, passivo e carente da organização.

Neste princípio, a organização deve disponibilizar um amplo portfólio de ações de desenvolvimento e estimular o protagonismo do indivíduo.

3.    Experiência anterior do aprendiz

Diferentemente das crianças, adultos já tiveram muitas vivências, logo estas experiências formaram um repositório de significados prévios e também delinearam um modelo mental de como ele enxerga e lida com o mundo.

Aqui, é preciso mapear estas experiências para facilitar sua associação, alavancando o potencial da aprendizagem. Também, a compreensão do modelo mental facilita os meios pelos quais os novos conhecimentos poderão ser mais facilmente internalizados.

A diversidade de experiências enriquece as discussões, entretanto pode dificultar o desenho da ação educacional por se tratar de um grupo mais heterogêneo. Também, pessoas mais experientes tendem a ser mais fechadas ao novo e mais resistentes a mudanças.

4.    Prontidão para aprender

Adultos se sentem preparados para aprender para enfrentar situações relacionadas à vida. Em outras palavras, a necessidade de aprender é puxada pela vontade de se adaptar ao mundo e de se cumprir tarefas de desenvolvimento, que marcam ritos de passagem.

Neste item, o alinhamento entre os desafios e as ações educacionais em trilhas de aprendizagem, bem como em recursos de suporte ao desempenho contribuem para a aprendizagem na hora em que é mais apropriada.

5.    Orientação para aprendizagem

Adultos valorizam a aprendizagem quando esta o ajuda a resolver problemas de seu dia a dia. E assimilam mais facilmente quando aprendem de forma contextualizada.

Neste princípio, deve-se estimular mais a aprendizagem baseada em problemas, a superação de desafios e as abordagens mais práticas, bem como não esquecer de contextualizar um assunto, antes, durante e depois de abordá-lo.

6.    Motivação para aprender

Fatores externos como salário, carreira e empregabilidade podem até estimular o adulto a aprender, mas a verdadeira energia mobilizadora está nos fatores intrínsecos, ou seja, sua satisfação, o reconhecimento obtido e sua autorrealização.

Aqui, devemos trabalhar ambos aspectos, mas promover ações que atendam sobretudo aos fatores intrínsecos das pessoas.

Enfim, estes são os seis princípios da aprendizagem de adultos.

Para desenhar sua ação de desenvolvimento utilize estes elementos juntamente com os objetivos e propósitos a serem alcançados considerando as diferenças dos temas, da situação e, claro, dos próprios aprendizes.

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