A importância da mudança de mindset para a transformação cultural dos negócios
Cultura pode ser entendida como o ato, o efeito ou o modo de cultivar algo, mas também como o complexo padrão de comportamentos das instituições, das manifestações artísticas, das crenças, entre outros, que são transmitidos coletivamente e que são típicos de uma sociedade. Nas empresas não é muito diferente: como as organizações também funcionam como um sistema social, toda empresa conta com uma cultura.
A premissa é tão verdadeira que, ao pesquisar no Google por “empresas com forte cultura organizacional”, você não apenas conhecerá quem conseguiu fazer a transformação cultural como também analisará alguns exemplos que deram certo: Google, Zappos, Adobe são cases bastantes difundidos pela rede.
Essas empresas perceberam que a cultura organizacional é um dos ativos mais importantes e só existe pela experiência de seus colaboradores. Dessa forma, uma organização com uma cultura forte tem mais facilidade para contratar, engajar e reter talentos, além de funcionar como uma propulsora do crescimento dos negócios.
No entanto, não basta investir em decoração, quadros com frases motivacionais e em criar um ambiente divertido. Existe muito trabalho entre a área de lazer e o desenvolvimento de uma empresa na qual os funcionários se sintam parte do negócio. Não é fácil, é verdade, mas a boa notícia é que essa transformação cultural é feita a partir da mudança de mindset da alta gestão.
A mudança no mindset é fundamental para promover a transformação cultural
Como já falamos anteriormente, uma transformação na cultura da empresa não é feita da noite para o dia. Negócios digitais que já nasceram como uma gestão menos hierarquizada e com o propósito de fomentar um ambiente de colaboração e criatividade tem mais facilidade em promover mudanças. Contudo, se a organização faz parte de um mercado mais tradicional e que está planejando passar por uma transformação cultural inspirada por startups que cresceram de forma exponencial, é preciso ter muito claro se os líderes estão preparados para sair do estado atual. Alguns pontos para serem analisados:
- A empresa é flexível o suficiente para abraçar mudanças?
- A gestão está preparada para assumir riscos?
- A transformação cultural já está na agenda da empresa?
- Para quem pretende investir na mudança cultural para iniciar o processo de transformação digital, isso é a realidade de toda organização ou apenas de alguns departamentos?
Essas perguntas são pertinentes porque empresas mais tradicionais e já estabelecidas cresceram com foco no controle dos custos e na eficiência operacional através de uma cultura baseada em confiança e excelência na entrega dos produtos ou serviços. Para que esse fluxo de trabalho funcionasse, os processos eram estáveis, consistentes e previsíveis. No entanto, quem se vê ameaçado pela disrupção digital já entendeu que não existe transformação digital sem inovação e que para isso é essencial mexer na cultura.
A transformação digital dos negócios vai contra as formas tradicionais de trabalho
Inovação, transformação cultural e digital envolvem mudanças de mindset e quebra de paradigmas. Também é sobre assumir alguns riscos que deixariam qualquer gestor que opera com a segurança do “isso sempre deu certo” em estado de alerta. Inclusive, há quem invista em uma nova iniciativa, mas quando passa a sensação de novidade e as atividades entram no processo da empresa, não é incomum que os comportamentos da velha cultura venham à tona, afinal sempre funcionou dessa forma.
É por isso que empresas que estão com o estágio da transformação digital bastante avançado têm culturas organizacionais mais ousadas. Nelas, os funcionários assumem mais riscos com menos burocracia, estão dispostos a colaborar uns com os outros e a entregar o melhor produto e/ou serviço no menor tempo possível. Tudo isso sem perder de vista a satisfação do cliente ou usuário.
Mas como mudar algo que está enraizado no coração da empresa? O primeiro passo é investir em comunicação. A liderança responsável em orquestrar a mudança cultural precisa ser transparente ao explicar o estágio atual, falar sobre transformação digital e contar o que aconteceu com as marcas famosas que preferiam continuar na zona de conforto.
O segundo passo é apresentar um propósito. Incluir esse propósito na proposta de valor da empresa e conectá-lo aos colaboradores é uma forma estratégica de não apenas fomentar a cultura da organização, mas também utilizá-lo como um diferencial competitivo. Pesquisa recente mostrou que 83% dos brasileiros preferem comprar de marcas que defendem propósitos alinhados com os seus valores pessoais. Esses consumidores evitam empresas que se mantêm neutras. Dessa forma, comunicar o posicionamento para além dos muros da organização influencia positivamente na decisão de compra.
É claro que a transformação digital passa por várias outras etapas: repensar o modelo de negócio, adotar novas tecnologias, agregar diferenciais nos produtos e/ou serviço, entre outras. Contudo, todas essas etapas só são possíveis depois da transformação cultural e do investimento no desenvolvimento da equipe.
Abaixo, confira algumas dicas para promover a mudança no mindset da organização:
- Coloque as necessidades dos clientes dentro do negócio;
- Invista na capacitação dos colaboradores;
- Crie uma cultura baseada em dados;
- Fomente um ambiente de colaboração onde as informações são compartilhadas livremente;
- Garanta que essas informações estejam disponíveis;
- Desenvolva uma equipe de alta performance responsável, orientada a ação e ágil;
- Fomente uma cultura de aprendizado, na qual além dos treinamentos é importante que os membros da equipe aprendam uns com os outros;
- Alinhe e realinhe as expectativas sempre que necessário. Isso nutre a confiança!
- Lembre-se de garantir que a comunicação seja clara, simples e transparente.
Ressalta-se mais uma vez que promover uma transformação cultural não é tão simples. No entanto, é mais fácil mudar um comportamento coletivo do que um individual. É justamente por isso que a comunicação é o primeiro passo nesta empreitada. Pense na possibilidade de criar encontros quinzenais ou mensais com a equipe para alinhar expectativas, apresentar dados e compartilhar propósitos.
Um forte senso de propósito, quando compartilhado, é capaz de reduzir obstáculos e inspirar novos comportamentos. A sua empresa está pronta para a mudança cultural?
Original de Maria Augusta Orofino no Capterra
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