Os 4 princípios do Método Harvard de Negociação

Sabemos que brigas, disputas e desacordos fizeram e sempre farão parte da humanidade. Isso ocorre em razão da diversidade inerente ao ser humano, o que nos torna, em partes, diferentes. Para seguirmos adiante, é necessário entender que esta diferença de ponto de vista está relacionada a palavra-chave deste artigo: conflito.

Para o dicionário, conflito é a “profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes”, e, entrando no detalhe, percebe-se a sua origem no latim conflictus, associado ao verbo confligere, que significa choque, embate de pessoas, oposição.          

Nas sábias palavras de Ernesto Artur Berg, o conflito nos tempos atuais é inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar com ele, é fundamental para o seu sucesso.

Sabido a importância de conviver e enfrentar conflitos, apresentaremos neste texto os 4 pilares do Método de Harvard de Negociação, que na sua essência busca uma negociação integrativa, ou seja, aquela na qual as partes consideram promover através do diálogo o ganha-ganha e satisfazer o interesse de todos envolvidos.

Bem, agora sem enrolação. Se você chegou até aqui, pegue um papel e uma caneta para anotar esta sequência, combinado?

Criado por Roger Fisher e William Ury, neste modelo de negociação o foco está nas pessoas e não nos problemas, a discussão é baseada em interesses e não em posições, existe um planejamento para criar opções, e por último e não menos importante, os critérios são sustentados em padrões objetivos, o que torna legítimo e justo os pedidos.

Dissertaremos de forma breve sobre cada um dos princípios deste método, com objetivo de transformar você, leitor, em um mestre da negociação.

Separe as pessoas dos problemas

Separar as pessoas dos problemas é extremamente importante para avaliar a outra parte com empatia, buscando, desta forma, entender os seus porquês, leia-se, seu real motivo, sua razão.

Nesta etapa, o controle emocional será imprescindível para você manter o equilíbrio, portanto, se coloque na posição adversária e tente compreender suas verdadeiras necessidades, separando os problemas e buscando oportunidades de entender suas percepções.

Roger Fisher diz que “entender o ponto de vista de outra pessoa não significa concordar com ele”, muito pelo contrário, isso pode ser um benefício, visto que nas palavras do autor de Como Chegar ao Sim, “lhe permite reduzir a área de conflito e o ajuda a defender seus interesses com mais segurança.”

Foque nos interesses

De início, para Adam Bryant e Kevin Sharer “toda escuta é multidimensional. Exige compromisso e atenção constante”. E, na oportunidade, destaco que ouvir é diferente de escutar. Enquanto um está ligado ao sentido da audição, o outro está relacionado com dar atenção, entender e refletir.

Em regra, nas negociações as partes possuem vários interesses, e, para identificar e conciliar os mesmos, será necessário trabalharmos na mesa de negociação a escuta ativa.

Como dica prática para desvendar os interesses alheios, pergunte “Por quê?”. Ainda, faça perguntas inteligentes para descobrir os medos, desejos e necessidades das pessoas naquele momento.

Como bônus, os interesses mais poderosos são as necessidades humanas básicas, como por exemplo: segurança, bem-estar econômico, sensação de pertencimento, reconhecimento e controle sobre a própria vida.

Crie opções

Seja criativo e crie opções. Um dos grandes impasses de um bom acordo é a falta de opções, portanto, planeje-se com antecedência para criar possibilidades diversas que atendam todas as partes envolvidas na negociação.

Neste ponto, para criar as opções, é necessário entender nossos limites. Até onde podemos realizar concessões ou compensações? Em uma negociação dinâmica, esteja preparado para improvisar e sugerir propostas coletivas, sem deixar seus limites de lado.

Invista em critérios objetivos

Investir em critérios objetivos pode ser o diferencial da sua negociação, uma vez que eles vão legitimar os pedidos realizados, por isso, fundamente as suas opções com critérios justos, imparciais, legítimos e práticos.

Convenhamos, ninguém gosta de sair prejudicado destes momentos, certo?

Por fim, o Método Harvard contribui para que os confrontos sejam solucionados de forma pacífica, preservando o convívio harmônico entre as pessoas e gerando resultados extremamente positivos e duradouros nos vínculos pessoais e profissionais.

Por Italo Nogueira De Moro no Administradores.com.br

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